Cores no Cinema: Os Diretores Que Influenciam as Nossas Percepções
Como as cores no cinema podem te influenciar? E como nós designers podemos aprender com isso?
Alguns cineastas costumam usar a cor como protagonista nos seus filmes. Muitas vezes a cor guia o sentimento, a sensação que o telespectador deve ter no momento da cena ou no seu enredo.
Em alguns casos, a cor é a sua própria identidade, como o caso do vermelho de Gaspar Noé.
Além do próprio Gaspar Noé, destacarei os seguintes cineastas onde a cor é parte integrante de seus filmes. São eles: Jean-Pierre Jeunet, Wes Anderson, Wong Kar-Wai.
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Pode parecer óbvio, mas quando fala-se da cor e da sua intenção na comunicação, os exemplos destes cineastas são muito relevantes.
Qual a relação da cor no cinema? Por Jean-Pierre Jeunet
Começando com o francês Jean-Pierre Jeunet (pronuncia-se “Janê”), com três filmes que são importantes para esta análise.
O filme Delicatessen de 1991, onde na própria capa observamos o contraste da cor vermelha e amarela.
Fala-se sobre a sobrevivência humana a partir da sua alimentação. A narrativa com a cor é demasiada na sua comunicação.
O próximo filme é “Ladrão de Sonhos” de 1994. Possui a cor amarela e a verde. Esta por sua vez é a grande protagonista. Seu tom remete a um ferramental velho, corroído. É importante observar as harmonias cromáticas e o círculo cromático. Como são compostas as cores quentes e frias no enredo.
“O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” de 2002, Jeunet traz o vermelho e verde aparecendo em exagero. Os tons das cores não são de fato do nosso cotidiano. Porém o cineasta os ressalta no momento da narrativa. É importante verificar o universo da Amélie para entender o motivo das cores serem destas tonalidades.
As cores nos filmes de Wes Anderson
O americano Wes Anderson é muito conhecido devido a suas questões geométricas. Em primeiro lugar, seu raciocínio vai além das regras dos terços dentro do cinema.
“O Grande Hotel Budapeste” de 2014. A cor é sempre protagonista nas cenas. Pode haver até três cores envolvidas, mas uma sempre sobressairá sobre as demais, como a cor rosa que aparece em todos os detalhes na imagem abaixo:
Ou o terra que está contrastando com o amarelo abaixo:
Até mesmo dois tons de amarelo:
No filme “A Vida Marinha de Steve Zissou” de 2004, Wes explora apenas uma cor. No caso o azul não é apenas devido ao mar, entretanto também envolve questões relacionadas ao ator principal.
A relação das cores no cinema chinês: Wong Kar-Wai
Juntamente com o diretor de fotografia Christopher Doyle, seus filmes em conjunto fazem toda a diferença.
O filme “Felizes Juntos” de 1994, de temática LGBT apresenta bem o verde e o amarelo cítricos. Ao mesmo tempo, retrata muito bem a relação ácida entre o casal de homens.
À primeira vista, “Cinzas do Passado” de 1994 traz as cores vermelho, amarelo e verde. Porém, o amarelo é predominante neste filme.
A cor vermelha de Gaspar Noé
Antes de tudo, o diretor franco-argentino Gaspar Noé elegeu o vermelho como sua referência cinematográfica.
Antes de mais nada “Irreversível” é de 2002 e conta com Monica Bellucci e Vincent Cassel. A princípio é muito nítida a cor vermelha e seus contrastes ao longo do filme.
Ao passo que o mesmo ocorre nos filmes “Climax” e “Love” do mesmo diretor. Acima de tudo, este vermelho está muito relacionado à paixão.
Mas, uma exceção é o filme “Sozinho Contra Todos” de 1998. Definitivamente, a paleta de cores amarela traz uma sensação desagradável, sombrio, quase agonizante. Justamente para retratar a relação entre o pai e a filha. Além disso, é interessante entender o motivo deste amarelo pastelado.
Também gravei um vídeo falando a respeito das cores no cinema: